Estados e União estudam normas de controle da febre amarela 22/02/2019 - 08:10
O Paraná não registrou nenhum novo caso de febre amarela na última semana. A boa notícia coincide com a reunião desta quinta-feira (21) para alinhamento das estratégias de controle da doença, em Curitiba, por demanda da Secretaria da Saúde do Paraná. O objetivo é evitar que a situação se agrave e o vírus prossiga em seu caminho para a Região Sul do Brasil.
A doença foi discutida com participação dos demais estados do Sul (Santa Catarina e Rio Grande do Sul), com especialistas de São Paulo, que ainda vive um surto na região do Vale do Ribeira; com o Ministério da Saúde, a Organização Panamericana de Saúde (OPAS), o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems-PR).
“Provocamos a reunião para alinhar as estratégias e intensificar os alertas para vacinação em massa”, disse o secretário estadual da Saúde, Beto Preto, uma vez que os corredores ecológicos da Mata Atlântica que unem todos os estados sulistas a São Paulo são um verdadeiro “rastilho de pólvora”.
O desafio para ampliar a cobertura vacinal – única forma real de prevenção à doença – está justamente nas zonas rurais, como apontou o técnico da OPAS no Brasil, Carlos Frederico Campelo de Albuquerque e Melo, oficial nacional de arboviroses.
Todos os especialistas presentes reforçaram a necessidade de vacinação. O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Júlio Croda, garantiu que há vacina suficiente para todo o país e reforçou que o período é propício para o reforço na imunização, já que o ciclo de transmissão mais grave continua até maio.
Para a superintendente de Atenção à Saúde da Secretaria, Maria Goretti Lopes, a reunião obteve resultados concretos, como a disponibilização imediata, por via eletrônica, do novo protocolo de manejo clínico da doença, para unificar os procedimentos. E o uso do georreferenciamento, com a expertise da OPAS, para definição dos corredores ecológicos por onde circula o vírus.
EPIZOOTIAS – É nos corredores de matas, que no Paraná, além do Litoral, inclui as regiões vizinhas aos rios Paranapanema e Paraná, no Norte, Noroeste e Oeste do Estado, que é preciso intensificar a vigilância também da morte de macacos, principais indicadores da circulação do vírus, alertou Croda.
Para o assessor técnico do Conass, Nereu Manzano, também foram definidos mecanismos de cooperação, com coordenação do Ministério da Saúde, para aprimorar a vigilância das epizootias, ou seja, a doença em macacos, que servem de alertas da circulação do vírus.
Também Júlio Croda ressaltou que a reunião com todos os atores que lidam com a doença é importante para ratificar e referendar os planos de vacinação dos três estados do Sul. “E estabelecer formas de colaboração entre todos”, afirmou Croda.
Especialistas de São Paulo relataram a experiência daquele estado, onde, apenas neste ano, de janeiro a 15 de fevereiro, foram confirmados 38 casos, com nove mortes.
A médica intensivista Ho Yeh Li, coordenadora da UTI e infectologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, mostrou que a experiência paulista já resultou em novos procedimentos no tratamento tanto de casos leves da febre amarela como dos pacientes internados em UTIs.
Desse trabalho resultou, inclusive, um protocolo com nova estratégia de atendimento aos pacientes de febre amarela que conseguiu diminuir muito a mortalidade.
BOLETIM – Até o dia 20 deste mês, foram notificados 145 casos suspeitos de febre amarela no Paraná, mas apenas quatro foram confirmados; 61 ainda estão em investigação. A ocorrência da doença se deu em Adrianópolis, com dois casos autóctones, e dois em Antonina e Campina Grande do Sul, com provável infecção em Guaraqueçaba.
Já a morte de macacos (epizootias) está em investigação em 36 municípios, mas a circulação do vírus só foi confirmada, até agora, em Antonina.
Em Santa Catarina, onde a maior preocupação está na região Norte, por causa da proximidade com o Paraná, três casos estão em investigação; e dos 29 macacos encontrados mortos em todo o estado, nenhum foi confirmado como portador do vírus.
IMUNIZAÇÃO – A cobertura vacinal em menores de 1 ano no Paraná, no ano passado, foi de 74%; este é o único número oficial adotado pelo Ministério da Saúde. Entre a população alvo para vacinação contra febre amarela, pessoas entre 9 meses e 59 anos, estima-se a existência de 4,4 milhões de pessoas não vacinadas. Entre estas, cerca de 50% estão na Região Metropolitana de Curitiba e no Litoral, que até este ano não estavam na área de recomendação da vacina.
A doença foi discutida com participação dos demais estados do Sul (Santa Catarina e Rio Grande do Sul), com especialistas de São Paulo, que ainda vive um surto na região do Vale do Ribeira; com o Ministério da Saúde, a Organização Panamericana de Saúde (OPAS), o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems-PR).
“Provocamos a reunião para alinhar as estratégias e intensificar os alertas para vacinação em massa”, disse o secretário estadual da Saúde, Beto Preto, uma vez que os corredores ecológicos da Mata Atlântica que unem todos os estados sulistas a São Paulo são um verdadeiro “rastilho de pólvora”.
O desafio para ampliar a cobertura vacinal – única forma real de prevenção à doença – está justamente nas zonas rurais, como apontou o técnico da OPAS no Brasil, Carlos Frederico Campelo de Albuquerque e Melo, oficial nacional de arboviroses.
Todos os especialistas presentes reforçaram a necessidade de vacinação. O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Júlio Croda, garantiu que há vacina suficiente para todo o país e reforçou que o período é propício para o reforço na imunização, já que o ciclo de transmissão mais grave continua até maio.
Para a superintendente de Atenção à Saúde da Secretaria, Maria Goretti Lopes, a reunião obteve resultados concretos, como a disponibilização imediata, por via eletrônica, do novo protocolo de manejo clínico da doença, para unificar os procedimentos. E o uso do georreferenciamento, com a expertise da OPAS, para definição dos corredores ecológicos por onde circula o vírus.
EPIZOOTIAS – É nos corredores de matas, que no Paraná, além do Litoral, inclui as regiões vizinhas aos rios Paranapanema e Paraná, no Norte, Noroeste e Oeste do Estado, que é preciso intensificar a vigilância também da morte de macacos, principais indicadores da circulação do vírus, alertou Croda.
Para o assessor técnico do Conass, Nereu Manzano, também foram definidos mecanismos de cooperação, com coordenação do Ministério da Saúde, para aprimorar a vigilância das epizootias, ou seja, a doença em macacos, que servem de alertas da circulação do vírus.
Também Júlio Croda ressaltou que a reunião com todos os atores que lidam com a doença é importante para ratificar e referendar os planos de vacinação dos três estados do Sul. “E estabelecer formas de colaboração entre todos”, afirmou Croda.
Especialistas de São Paulo relataram a experiência daquele estado, onde, apenas neste ano, de janeiro a 15 de fevereiro, foram confirmados 38 casos, com nove mortes.
A médica intensivista Ho Yeh Li, coordenadora da UTI e infectologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, mostrou que a experiência paulista já resultou em novos procedimentos no tratamento tanto de casos leves da febre amarela como dos pacientes internados em UTIs.
Desse trabalho resultou, inclusive, um protocolo com nova estratégia de atendimento aos pacientes de febre amarela que conseguiu diminuir muito a mortalidade.
BOLETIM – Até o dia 20 deste mês, foram notificados 145 casos suspeitos de febre amarela no Paraná, mas apenas quatro foram confirmados; 61 ainda estão em investigação. A ocorrência da doença se deu em Adrianópolis, com dois casos autóctones, e dois em Antonina e Campina Grande do Sul, com provável infecção em Guaraqueçaba.
Já a morte de macacos (epizootias) está em investigação em 36 municípios, mas a circulação do vírus só foi confirmada, até agora, em Antonina.
Em Santa Catarina, onde a maior preocupação está na região Norte, por causa da proximidade com o Paraná, três casos estão em investigação; e dos 29 macacos encontrados mortos em todo o estado, nenhum foi confirmado como portador do vírus.
IMUNIZAÇÃO – A cobertura vacinal em menores de 1 ano no Paraná, no ano passado, foi de 74%; este é o único número oficial adotado pelo Ministério da Saúde. Entre a população alvo para vacinação contra febre amarela, pessoas entre 9 meses e 59 anos, estima-se a existência de 4,4 milhões de pessoas não vacinadas. Entre estas, cerca de 50% estão na Região Metropolitana de Curitiba e no Litoral, que até este ano não estavam na área de recomendação da vacina.